domingo, 18 de agosto de 2013

horas de seca...

Horas de seca...

 

 

Ó que secura

Caíu sobre mim...

Estou às escuras,

Com sede.

 

E, ao longe, há gente

Que espera...

Que hei-de eu levar?

 

Parado, não fico.

Vou pôr-me a caminho,

Caminho da fonte.

De água abundante,

No cimo do monte.

 

Mesmo que demore

E que custe

Ou que sangre.

 

Vou pelo caminho,

Procurando a sombra,

Sempre a subir,

Que me ensinaram em menino,

Menino de escola,

Em casa dos pais.

 

Nunca falhou.

Sei que vai dar.

 

Levo um cantil,

Que dê para todos,

Para encher e guardar.
 

Outras secas

Que venham.

Me há-de valer

E nunca secar.

 

Ouvindo Nocturnos de Chopin

 

Berlim, 18 de Agosto de 2013

9h12m

Joaquim Luís Mendes Gomes

 

 

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