terça-feira, 13 de agosto de 2013

doce música das palavras...

Doce música das palavras...
 
Entoo versos
Como quem conta lendas.
De fadas, de reis e príncipes.
 
Conto contos.
Sempre à espera do fim da história.
Que vem e nunca sei
Onde vai parar.
 
Como chuva leve e pura,
A melodia cai suave,
Desponta do chão,
Cresce e frutifica.
Da mesma semente,
Seca e rica,
Que guardo em mim,
Donde nasci.
 
Quando fazia um sol perene,
Em cada dia
E o céu era tão azul
Como nunca mais eu vi...
 
São de lá estes tons de cor
Que eu sei de cor.
Sabem a pão,
Sabem a mel
E a cuco da ramalheira.
 
A boroa de milho,
A ressumar quentinha,
Daquele forno-inferno,
De boca aberta,
Sobre a lareira.
 
E das inflamadas desgarradas de romaria,
Cozinhadas a ali, a quente,
Como ditava a fonte,
Com força e graça.
 
Quando o límpido orvalho
Das madrugadas,
Cobria de tule,
A manta de urzes verdes
Que vestiam a mata fresca
Nas traseiras de minha casa...
 
São de lá as letras
E as notas simples
Com que escrevo,
Como os blocos de granito,
Que ergueram a minha casa,
Estas baladas de enlevo
E amor à vida
Oxalá assim fosse eterna...
 
Ouvindo André Rieu
Berlim, 14 de Agosto de 2013-08-14 7h48m
Joaquim Luís Mendes Gomes
 

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