sexta-feira, 30 de agosto de 2013

peregrinos...


Peregrinos...

 

A quem me hei-de queixar, se não a ti,

Meu peregrino companheiro de viagem.

Aqui ao lado.

Com destino igual.

De alegria e dor.

 

Só a hora de partida foi diferente.

 

Em caravana universal,

Oriunda lá das brumas, indefinidas,

Não sabemos se como pioneiros seres humanos, originários,

Ou como elos de evolução

Na forma e fundo,

Por um augusto toque

De sabedoria divinal.

 

Não somos máquinas.

Nem simples seres com vida.

 

Temos olhos de alma

Que medita e que reflecte.

 

Se desdobra em perscrutar, tudo em redor.

À procura dos porquês,

D’agora e sempre.

E que transforma...

 

Temos uma chama a arder, dentro de nós,

Sabendo bem no fundo

Que não fomos quem a acendeu.

 

Que inflama e se inflama

Com a chama que arde ao pé.

Que se alegra e que chora,

Como seus,

Com o bem e mal

Do companheiro de romagem.

 

Ouvindo Hélène Grimaud

 

Berlim, 31 de Agosto de 2013

8h23m

Joaquim Luís Mendes Gomes

Sem comentários: