Bailando à chuva...de Agosto
Depois de mortificante canícula
que parecia infinita,
o céu turvou
e uma chuva grossa bem puxada, tropical,
como vaga benfazeja,
ou deliciosa sinfonia,
refrescou nossos corpos e almas,
quase em coma,
de tanta sede e fome,
duma suave frescura matinal ...
Como bálsamo inebriante,
de tão puro,
que reverdece o mais lindo ramo de rosas rubras
que murcharam em botão.
Foi-se embora,
como um fantasma terrível aturdido,
aquela nuvem bassa,
de tristeza e desespero,
que esmagava tudo e todos.
Até o passaredo,
que se havia escondido nas suas tocas,
em segredo,
acudiu alegre em bandos joviais,
bailando largos passes sucessivos,
com a mesma graça de cardumes,
a dançarem jubilosos no alto mar.
Por encanto milagroso de alegria,
se varreu no esquecimento,
num ápice sem saudade,
toda a tristeza negra
e desespero que se sentia...
ouvindo concerto em lá menor de
Mendelssohn, em violino
Berlim, 4 de Agosto de 2013
6h42m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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