Regresso ao lar...
Saboreio estas horas doces
que o destino me reservou ao cair da tarde.
Quando voltam aos lares as ridentes andorinhas.
Quando caem as trindades do anoitecer.
Uma onda mansa de melancolia
me banha este corpo cansado da caminhada.
Pelas frestas dos telhados rubros,
saem cheiros acres dos estrugidos de banha pura.
Aqui e ali, ainda se ouvem rezas,
de Pais nossos e Ave marias,
soletradas pela terna voz dalguns avós...
E, lentamente, como via o meu avô, já velhinho,
eu vou subindo lento,
a ladeira em terra que vai da estrada
até à capela de Pedra Maria,
onde, em menino, joguei à bola
e, banhado em lágrimas, vi, há muito,
subir para sempre,
os corpos defuntos de meus Pais...
É a hora doce do meu regresso.
Ouvindo Marisa, em Ó Gente da minha terra...
Berlim, 9 de Agosto de 2013
22h32m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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