Carta às Américas...
Ó jovens terras americanas,
Onde o homem se fixou há tanto tempo
E onde viveu tão bem escondido,
Em paraiso celestial...
Povoado de cubatas de palha,
Muitas lendas de histórias lindas,
Cantadas pela noite dentro,
À volta das fogueiras, ao vento.
Eram felizes...
reflectindo o luar
Nos seus corpos nus.
Usavam penas.
Nos penteados,
Suas armas eram flechas.
Pontaria certa e infalível.
Iam ao rio e ao mar
Buscar o seu sustento.
Contra as feras
E contra as ondas.
Nunca lhes faltava o pão,
Como se dos céus,
Caísse...
Eisque, dos longes,
Dálém-mar ignoto,
Vieram em botes
E caravelas ...
Com vontade insana
De dominar...
A todo o custo.
Tinham aprendido a arte da pólvora
Lá no oriente...
Foi sua desgraça...
Foi o seu fim...
Outras eras se abriram...
Correu sangue.
Se dizimaram fazendas.
A torto e a direito...
Tudo em nome de Cristo!...
O progresso chegou,
Com suas garras,
Tudo abarcou...
Com as redes do poder.
Mudou-se tudo.
Uma Europa em escala enorme,
Se levantou pelos céus acima,
Rasgaram-se estradas.
E a metralha feroz
Avançou em força.
Tudo arrasou.
Menos as florestas virgens
E as pradarias imensas,
Que a natureza ali deixou...
Tão ricas.
Tanto cresceu...se fez Babel!...
Com fomee sede de dominar,
Se for possível,
O mundo inteiro...
Na América do Norte!...
O que não está certo.
Ouvindo Rui Veloso
Berlim, 2 de fevereiro de 2014
12h36m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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