sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

subi ao norte...

Subi ao norte...


Radiante, vim por aí acima,
Como um petiz, de braços abertos,
Correndo, ao vento,
Para os braços de sua Mãe ou Pai...

Ao reencontro daquelas terras,
Daquelas gentes
Que trago em mim,
Nuvem branca,
Radiosa,
Carregadinha
De doces lembranças.

Onde quer que vá,

Olhando ao longe,
Um mar de verde,
Com salpicos brancos,
Tela de sonho,
Dum quadro tão lindo,
Cheio de gente alegre.

Olhando ao perto,
Divagando à solta,
Por caminhos e vielas,
Ora bem largos,
Ora tão estreitos,
Parecem rios,
Entre campos,
Entre hortas,

São os cantos,
São as esquinas,
E os pátios, ao sol,
Onde se seca
Um dia, o milho,
No outro a roupa,
Feita de estopa
Feita de linho.

Ramadas de vinho,
Bardos de verde,
bailando ao alto,
Mantas de esperança.

Aqui, eu abraço
Ali, eu beijo,

- olha o filho...
- olha o neto,

A mesma pinta!...
Dum meu vizinho.

Viu-me nascer,
Viu-me a crescer,
Sabia quem sou
E o que queria ser...

Já se foi em paz,
Há muito,
Para o outro mundo...

Ouvindo Brendan Perry, em casa de meu irmão
Póvoa do Lanhoso, 1 de Março de 2014
6h21m
Joaquim Luís Mendes Gomes

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