terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

gostava de ser pastor...

Gostava de ser pastor...


Como foram os meus avós maternos.
Um casalinho novo,
Largaram das cercanias altas de Viseu
E, não sei porquê,
Com o seu criadito,
José,
Vieram instalar-se,
Nas encostas verdes,
Do monte de Santa Quitéria,
Sobranceiro às terras benditas
Que abundam em Felgueiras.

Teria o meu rebanho
De cabras e de ovelhas.
Sairia pela madrugada,
E, logo ao raiar da aurora,
Deixava-as em liberdade,
Seguir sua vida,
Entre as urzes e as giestas.

E eu, com o meu cajado,
Ficaria em contemplação.
Meditando a vida
E seus porquês...
Do começo até ao fim.
Contaria todas estrelas.
Beberia do luar.
E quando o sol nascesse,
Louvaria o Criador
Por aquela vida bela
Que me deu.

E na cadeia dos antepassados,
Um por um,
Que ma trouxeram até mim.

Bendita seja o Criador!...
Só me faltou nascer ao pé do mar.

Ouvindo Smetana

Berlim, 12 de Fevereiro de 2014
6h24m
Joaquim Luís Mendes Gomes


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