Gostava de ser pastor...
Como foram os meus avós maternos.
Um casalinho novo,
Largaram das cercanias altas de Viseu
E, não sei porquê,
Com o seu criadito,
José,
Vieram instalar-se,
Nas encostas verdes,
Do monte de Santa Quitéria,
Sobranceiro às terras benditas
Que abundam em Felgueiras.
Teria o meu rebanho
De cabras e de ovelhas.
Sairia pela madrugada,
E, logo ao raiar da aurora,
Deixava-as em liberdade,
Seguir sua vida,
Entre as urzes e as giestas.
E eu, com o meu cajado,
Ficaria em contemplação.
Meditando a vida
E seus porquês...
Do começo até ao fim.
Contaria todas estrelas.
Beberia do luar.
E quando o sol nascesse,
Louvaria o Criador
Por aquela vida bela
Que me deu.
E na cadeia dos antepassados,
Um por um,
Que ma trouxeram até mim.
Bendita seja o Criador!...
Só me faltou nascer ao pé do mar.
Ouvindo Smetana
Berlim, 12 de Fevereiro de 2014
6h24m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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