Cinco cartas aos Continentes...
Fui aos Correios pôr cinco cartas.
Uma a cada Continente.
Deste mundo.
Uma delas,
Há-de chegar às tuas mãos.
Onde quer que estejas agora.
Isso me deixa alegre
E faz feliz.
Quero que a abras,
Pela manhãzinha,
Ao nascer do sol.
É a hora a que a vida acorda.
Mais um dia para viver.
Que o da Europa,
Terra das luzes,
Já foi farol!...
Seja melhor
Que foi o de ontem,
E os dos últimos anos,
Quando tudo,
Parece,
Que voltou para trás...
Depois das guerras grandes,
Uma pequena,
Outra maior,
Ambas ferozes...
E da outra guerra fria
Que de gelo,
Reduziu a pó,
Tanta Fé e
E tanta Esperança
Num futuro medonho e negro
Que é o presente...
Diz-se União!...
Que paradoxo!...
Nunca esteve tão desunida
E desumana!...
Carcomida de mentira.
Venha de novo
Um São Bento que a lavre...
E ponha ao Sol!
Para a Ásia vasta e extensa
Das estepes,
Desde os Urais
Lá aos confins,
Pelos caminhos de Marco Paulo,
Onde há povos,
Nossos irmãos,
Filhos de Deus,
Iguais a nós,
Mas tão diferentes...
Vão no silêncio.
Só olham para trás,
De olhos no céu,
Vendo o mundo
De trás para a frente.
Para África ao sul,
Esse vasto pedaço de mundo,
Com a forma dum coração.
Onde negros e brancos,
Nem sempre deram as mãos,
Apesar de terem a mesma cor
Nos olhos
E no sangue que lhes corre nas veias...
Chegou a hora certa...
Dum grande abraço
E para sempre serem irmãos.
Ouvindo Brendan Perry
Berlim, 2 de Fevereiro de 2014
7h17m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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