quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

valsas da madrugada...


Valsas da madrugada...

Queria rodopiar
como um pião,
À volta da lua,
Ver-lhe as fases,
Antes delas nascerem,
Como são....e como se fazem...

Ver a combustão do sol.
Onde busca ele tanta lenha,
Para acender e queimar,
Ao nascer de cada aurora...

E ver nascer um rio,
Naquele pontinho exacto,
Onde começa...

Já não é gota,
É um fio em movimento,
Entre o cume das fragas
E as areias que teve de afastar,
Para entrar,
De braços abertos,
Por vezes, com muitos ramos,
Pelo mar dentro.

Quero ver os pastores dormindo
Nas suas cabanas toscas,
Ao pé de suas ovelhas.
A abrirem os olhos,
Dum sonho com estrelas,
Que tão bem conhecem....
Suas companheiras,
Mais as nuvens brancas,
Dançarinas,
Que jogam com ele,
Ao esconde-esconde...
Sem se cansarem,
Nem se zangarem,
Uma só vez,
Amantes da vida em paz...

Quero ver onde nascem as trovoadas,
E se forjam aqueles trovões,
De ferro em brasa,
Esparzindo urros de estarrecer.

E, no fim,
Lá muito longe,
Ir à fonte das horas,
Ao santuário santo,
Onde se tece
O Amor,
o tempo
E a eternidade!...

Ouvindo Amélie...uma vez mais, manhã de cinza fria, nascendo...

Berlim, 14 de Fevereiro de 2014
7h14m
Joaquim Luís Mendes Gomes


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