Quando abri meus olhos pela manhã...
Havia dois corvos negros,
De asas refulgentes,
Poisados no beiral
Da minha varanda.
São meus vizinhos ...
Já me conhecem,
De me ver sentado olhando o céu.
Vendo a vida a nascer,
Ondas de carros,
Gente serena,
Bem agasalhada,
Pelos passeios limpos,
Ladeados de neve pura.
Sinto pena da nudez das árvores...
Eram tão lindas.
Vestidas de verde,
Com laivos doirados,
Seus braços nus,
Tremem de frio.
Nem sequer há vento
Que as faça sorrir.
Uns restos de folhas.
Não quiseram cair
E morrer no chão.
Preferem secar,
Como poeira de cinza
Que o vento deixou.
Meus vizinhos sérios
Levantaram seu voo.
Disseram adeus...
Amanhã, voltamos...
Ouvindo o adágio de Albinoni
Berlim, 3 de Fevereiro de 2014
14h57m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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