terça-feira, 22 de julho de 2014

argamassa de linho...Argamassa de linho…

Argamassa de linho…

É de linho a argamassa

Que tece esta manta de nevoeiro.

Não tem traça,

Mas só poalha de cinza etérea.

Vem do alto, como cortina.

Esconde o sol

Enquanto se banha no mar.

Um mar imenso de tinta branca,

Sem ondas,

Onde só o silêncio sopra

Ao desafio.

Oiço as ninfas que voam escondidas.

Espreitando as braçadas de luz

Que o sol vai dando.

São aos milhares delas,

Bem apinhadas.

Querem secar todas as lágrimas de amor

Que já verteram.

Benditas horas estas

Em que o dia nasce.

Tão leve e calmo.

Convidando à vida.

Vou abraçá-lo a mim,

Com toda a força,

Como este fosse o último da caminhada.

Bendita a vida plena

Que eu já vivi…

E as migalhas dela

Que ainda vão cair…

Mafra, 23 de Julho de 2014

6h30m

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nasceu com nevoeiro

………………..

Joaquim Luís Mendes Gomes

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