Uma tigela de sopa…
Exclamava o velho andrajoso.
Que vivia sózinho no mundo.
Tivera dez filhos.
Todos casados.
Espalhados no mundo.
Nunca mais se interessaram.
Vivendo das esmolas.
E das migalhas de pão.
Uma malga de caldo
Daqui e d’além.
Só tinha um saco.
Com o retrato da Mãe.
Que estava no céu.
Com ela falava.
A todas horas.
Sentia-se menino.
Como quando nasceu.
Vivia rezando.
Olhando para o céu.
Esperando a hora
De subir para lá.
Sorria para as crianças
Que iam para a escola.
Contava-lhes histórias
Que os prendiam a ele.
Num dia de frio,
Sem ter onde dormir,
Foi um mais atento
Que lhe valeu.
Levou-o para casa.
Falou dele a seus pais.
Arranjaram-lhe uma cama,
Junto à corte de gado.
Estava quentinho.
Aí ficou a dormir.
Durante o inverno.
Sentiu-se no céu.
Ao almoço e jantar,
Uma tigela de sopa.
Um naco de pão.
Lhe levava o menino.
Enquanto viveu.
Aquele menino até podia ser eu…
Mafra, 31 de Julho de 2014
2027m
Joaquim Luís Mendes Gomes
- Pelas alminhas de quem lá tem!…
Exclamava o velho andrajoso.
Que vivia sózinho no mundo.
Tivera dez filhos.
Todos casados.
Espalhados no mundo.
Nunca mais se interessaram.
Vivendo das esmolas.
E das migalhas de pão.
Uma malga de caldo
Daqui e d’além.
Só tinha um saco.
Com o retrato da Mãe.
Que estava no céu.
Com ela falava.
A todas horas.
Sentia-se menino.
Como quando nasceu.
Vivia rezando.
Olhando para o céu.
Esperando a hora
De subir para lá.
Sorria para as crianças
Que iam para a escola.
Contava-lhes histórias
Que os prendiam a ele.
Num dia de frio,
Sem ter onde dormir,
Foi um mais atento
Que lhe valeu.
Levou-o para casa.
Falou dele a seus pais.
Arranjaram-lhe uma cama,
Junto à corte de gado.
Estava quentinho.
Aí ficou a dormir.
Durante o inverno.
Sentiu-se no céu.
Ao almoço e jantar,
Uma tigela de sopa.
Um naco de pão.
Lhe levava o menino.
Enquanto viveu.
Aquele menino até podia ser eu…
Mafra, 31 de Julho de 2014
2027m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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