sábado, 26 de julho de 2014

manchas e nódoas...

Manchas e nódoas…

Não deixam de ser glaciares

Aquelas montanhas de neve

Que cobrem os polos da Terra,

Com algumas refegas negras.

Não deixa de ser azul

O céu,

Com algumas nuvens voando.

Nem o mar sereno

Com alguns arrufos

De tempestade.

 

Não se perde um concerto ao piano,

Tocado por mãos divinas,

Se houver uma nota em falso.

E a felicidade que nos banha alma,

Com uma névoa de dor no corpo.

E um copo de vinho bom,

Mesmo que lhe caia dentro

um cisco…

O bem é bem, porque o mal existe…

Senão, tudo seria igual.

 

Que seria das montanhas belas

Se tudo fosse uma planície verde?

E do arroz de forno

Que não deixa esturro?

A harmonia total

Nunca existiu

Nem existirá…

Calor sem frio…

O que seria?

Não á alegria perene

Sem uma mancha de tristeza.

Quão enssonsa seria a vida

Se não tivesse dias de alguma angústia…

Como é bom chegar a casa

Depois duma longa ausência!…

Mafra, 26 de Julho e 2014

7h51m

Joaquim Luís Mendes Gomes

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