quarta-feira, 7 de maio de 2014

arestas...e silvas...

Arestas...

Andamos no mundo,
Umas vezes,
Serenos, contidos,
Algumas, irados.
Umas vezes subindo,
Outras descendo.
A viagem da vida
Traz-nos belos momentos,
Belas paisagens.

De vales profundos,
Colinas redondas,
Searas pintadas.
Encostas e serras.
Todas estáticas,
Paradas,
Tão belas,
Esperando por nós.

Só caminhando,
Avançando, sem pressas,
Com ânimo na alma,
Se vão alcançando.

As arestas são muitas.
Se formos descalços,
Ferem os pés.

Há perigos escondidos.
Em todas esquinas.
Saltam dos lados.
Caem do ar.

Quando menos se espera,
Aparece uma pedra,
Cheia de arestas,
Nos deixa a sangrar.

 Silvados com espinhos,
Lagartos e cobras,
Ao longo das margens.

Só de olhos atentos,
Luvas nas mãos.
Uma vara bem forte,
Em cima dos ombros,
Nos vale
De ficar presos às silvas
E mordidos na pele.

Ouvindo Hélène Grimaud, tocando sonata de Beethoven

Berlim, 8 de Maio de 2014,
8h4m
Joaquim Luís Mendes Gomes


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