Reencontro...
Caminhei anos a
fio,
Por sendas
longas,
No deserto.
Só via dunas de
areias,
Cactos e, de vez
em quando,
Um dromedário,
com seu dono,
Solitário.
O sol ardia ao alto.
O vento soprando
forte,
Fustigava meu
rosto
Recoberto.
Meus olhos em
chama,
Ardendo, como
brasas,
Nas minhas
órbitas.
Via água ao longe
E até ao perto,
Mas tudo falso.
Crescia em mim,
Como vaga de
fundo,
Uma onda
cortante,
De desespero.
Parecia enxergar
a morte,
Mesmo perto...
O suor escorria.
Com muito
esforço,
Consegui ultrapassar
um morro.
E, do outro lado,
No vale ao fundo,
Corria um rio.
E havia verde
De arvoredo.
Foi um milagre.
Desci. Em êxtase.
Duvidando,
Seria verdade...
Uma brisa fresca
Me apareceu à
frente,
Anunciando dias
melhores.
Rejubilando,
Cheguei ao pé.
Entrei nas
águas...
Reencontrei a
vida
Que, em desespero
fatal,
Me queria deixar.
Ouvindo o “bolero”
de Ravel
Berlim, 13 de
Maio de 2014
9h19m
Joaquim Luís
Mendes Gomes
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