sábado, 3 de maio de 2014

espaços em branco...

Espaços em branco...


Foram tantos os espaços em branco
Que eu deixei pelo caminho.

Portas abertas claras,
Por não fui.

Saídas erradas sombrias
Que dei,.

Aflições sem conta senti
e em vão que sofri.
Tudo se remedeia.
Com força e esperança.

Tantos almoços, tão bons,
A que eu disse que não.

Silêncios errados que fiz
Na hora em que deveria falar.

Caminhadas perdidas
Por penhascos sem cor.

Clarões d verdade e de bem
Se rasgaram no céu e não vi.

Sentimentos de raiva
Cresceram...cresceram...
Toldaram-me a mente
E eu não os cortei.

Horas felizes de sonho e de festa
De Amigos
A quem não liguei.

Companhias erradas
Me estenderam a mão.
A umas neguei,
Com acerto,
A outras cedi...

Palavras com gumes cortantes,
 Espalhei pelo ar.
Como pedras
E folhas com picos.

Eram escusadas.

Algumas me caíram em cima.
Como nos telhados de vidro.
Quem os não tem...

Quero emendá-los a todos.

 Falta-me o tempo.
Vontade é que não...

Ouvindo serenata de Schubert,
Berlim, 4 de Maio de 2014
6h6m, dia tímido de sol

Joaquim Luís Mendes Gomes


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