quarta-feira, 7 de maio de 2014

espiga de milho...

Espiga madura...

Entrei num campo de milho,
Pertinho da ceifa.
Colhi uma espiga amarela.

Retirei-lhe as vestes,
Sedento,
Como se fosse a uma mulher.

Seus grãos doirados,
Em rios de linhas,
Do alto abaixo,
Luziram ao sol.
Cheiravam a mel.

Pus-me a contá-los.
Foram sete centenas.
Quase um milhão...
Daí o seu nome.

Tanta farinha,
Naquele mar de milhão!...
Ai, o moleiro do rio
Vai morrer a moer...

Que será deste milho
Se o rio secar?...
Vou enchê-lo de lágrimas
De tanto chorar!

Porque não foi só no Egipto
Que choveu o maná!...

Berlim, 7 de Maio de 2014
17h17m
Joaquim Luís Mendes Gomes





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