terça-feira, 13 de maio de 2014

as penas...

As penas...

A vida tem penas.
As penas têm cores.
Umas são negras.
Tais como nuvens.
Carregadas de chuva.

Outras são
De todas as cores.
Tais como as dos pássaros,
Parecem flores.

São miosótis.
São cor de rosas.
São colibris.
Umas não voam.
Exalam perfumes.
Outras esvoaçam.
Como cardumes.
Todas brilham
Ao sol.

Há-as que escrevem.
Parecem roletas.
Rodas da sorte.
Tentando quem passa.
Há-as que ferem
E fazem sofrer.
Canas de pesca
Dum mau pescador.

Há-as voláteis.
Se soltam no ar.
Bailam no vento,
Não sabem parar.

E as que matam.
Sem piedade nem dó.
Fazem sangrar.
Sem quê nem para quê...

As penas dos pobres
Não as sentem os ricos.
Se engana quem pensa
Que estes não sentem
Penas mais duras
Apesar da riqueza...
As  penas sem preço,
São tão terrenas,
Bem piores que a traça,
Tudo devoram...
Não há quem as mate.
Nem o dinheiro

Berlim, 13 de Maio de 2014
15h14m

Joaquim Luís Mendes Gomes

Sem comentários: