O bigode farto...
Na minha varanda
livre,
Vi-me meu Avô
José
De barbas
brancas.
Ele, de bigode
grisalho e farto,
Com sua bengala
de pau.
Que figura terna,
Não mais esqueço.
-Nunca mais vem o
Quim Luís!...
Se queixava Ele,
Para o meu Pai.
Era uma alegria
vê-lo
À minha espera,
Quando vinha de
férias.
Iria poder contar
Toda aquela
história linda
Que Ele vivera.
A perseguição aos
padres
Pelos Liberais.
Já a sabia de
cor.
Seus olhos
brilhavam
De luz,
Porque havia um
neto
Que sabia
ouvi-lo...
- O Padre
Bráulio,
Figura enigma
Que me ficou
gravada.
Era padrinho do
meu Pai...
A bonomia em
pessoa.
Tamanha candura,
Nunca mais vi...
Vivo dela, nestas
horas extremas,
A que tão
depressa
Me vi chegado.
Agora eu o sinto
Igual a mim.
Ele de bigode farto
E eu de barbas
brancas!...
Agora O canto,
Nestas linhas de
dor.
A vida é tão
breve.
Ó que saudade!...
Nunca pensei!...
Berlim, 3 de Maio
de 2014
15h7m
Joaquim Luís
Mendes Gomes
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