Quatro ramos
cardeais...
Do meu tronco
exposto ao sol,
Brotaram quatro
ramos.
Me cobriram de
muitos ramos,
Flores e frutos.
Fiquei à sombra.
Cada um a seu
ponto cardeal.
O do norte,
braços erguidos,
Muito alto,
Com pés na terra,
Olhos no céu,
Muito pujante,
Cheio de sonhos,
Não pára quieto.
Sempre a crescer.
Vive em pleno.
Tem ligações.
Para lá das
nuvens.
Para além do Ártico.
Vive encantado.
Adora o polo
branco
E sua aurora
boreal...
O do leste
É cheio de fogo.
Ramificou-se em
força.
De dois botões.
Cheios de cor.
Tão rutilantes.
Tão perfumados.
Vieram tardios.
Dão tanta
esperança.
Brincam alegres.
Graças de Deus.
O do sul é
esbelto
E esguio.
Raia de sol.
É verdejante.
Muito moreno.
Sempre
escaldante.
Muito tenaz.
Atravessou o
deserto.
O Equador.
Rumou ao Cabo.
Passou as
tormentas.
Dá tantas flores
Cheias de fruto,
Ó que sabor!...
Não há tempestade,
Nem arruaça.
Que o faça parar.
O último nasceu
tardio.
Muito seguro,
Bem preso ao
tronco.
Muito calado.
Muito arguto.
Observador.
Tudo medita.
É metafísico.
É tão profundo.
Desvenda
segredos,
Tão bem
escondidos...
Do princípio do
mundo.
Ninguém mais viu.
O futuro dirá
Onde irá
chegar...
Berlim, 29 de
Maio de 2014
20h44m
Joaquim Luís
Mendes Gomes
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