segunda-feira, 12 de maio de 2014

o vento suão...

Amarelo e cinzento...

O vento suão
Soprava valente
Pelos campos da minha aldeia.

Era amarelo e cinzento.
Vinha em força, lá do deserto.
Trazia em si,
Carradas de areia
Em pó.

Enchia as folhas verdes
Daquele arvoredo viçoso.
Duma cor tão triste!...

E eu pedia a Deus.
Oxalá venha uma chuvada abundante
Que refaça a cor verdejante
Que é tão bela.

Limpe o chão.
E o sol a faça brilhar.

 Quero de volta
O vento do mar.
Que o cobre de ondas
E me deixa o desejo gostoso,
De nele me ir banhar.

Sopre forte
O vento norte,
Mesmo gelado...
Acendo a lareira.
E fico a vê-la
Até que chegue a hora
De me ir deitar.

Me envolvo
Nas minhas mantas
E ficarei no céu.

Orando
Que aquele vento,
Para sempre,
Fique donde é...

Ouvindo Smetana em O Moldau
Berlim, 12 de Maio de 2014
21h13m
Joaquim Luís Mendes Gomes


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