Ao cair da
tarde...
Fui deitar-me à
beira do rio.
Estendi a manta.
Fiquei absorto a
olhar.
Ouvindo o
marulhar da água.
As aves cansadas.
Juntando a
família.
Para se irem
deitar.
As árvores
bailando,
Com o vibrar da
brisa.
Ouvindo os galos.
Perdidos na
aldeia.
Os sinos
plangentes,
Cantando as
trindades.
Os lavradores,
camisas suadas,
Carregando as
enxadas,
Com que cavaram o
pão.
As noras tangidas
pelos bois,
Rangendo os
dentes.
Regando a terra.
O sol se
deitando,
Com as asas
partidas.
Soltando gemidos,
Esperando o luar.
As chaminés
soltando volutas,
Enchendo as
nuvens,
Com fumo saindo.
Benditas as horas
Duma tarde tão
calma,
Que eu vivo
deitado.
Sonhando e revendo.
Sossego minhas
pernas,
Meus braços
cansados.
Meu peito
arfando,
Irradiando calor.
E fico pensando.
Como é bom
Viver numa
aldeia,
Onde as horas são
gotas
Dum rio correndo.
Tarde de sol...
Mafra, 5 de
Agosto de 2014
20h28m
Joaquim Luís
Mendes Gomes
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