quinta-feira, 7 de agosto de 2014

lareiras...

Clareiras...

Volta e meia,
no meio dos negrumes,
A vida dá-nos uma clareira.

Deixa ver o céu.
Sem nuvens.
Tão azul como o mar.

Apetece voar por ele.
E dar a volta ao mundo.

Ver como falam
E vivem outras gentes.

Como palmilham esta terra.
Suas casas. Seus anseios.

Se olham o futuro verde
e têm saudade do passado.
Vivem numa clareira.

Ou, pelo contrário,
tudo maldizem.
Têm negrumes
como nós.

Como foi a sua história.
Suas páginas de glória.
Ou de sangue e luta
como foi a nossa.

Hordas bárbaras, irrequietas.
Como vagas sanguinolentas,
Varrendo a Europa inteira,
De leste a oeste.
Corsários selvagens do alto mar.

Com Idade média
E idade moderna.

Ora orando,
Ora estudando.
Do que somos
e para onde vamos.


Enchendo os campos de muralhas.
Erguendo ao alto as catedrais.
Fabricando carros e aviões.

Em vez das sendas calmas,
Pelos montes,
De enxada ao ombro,
Colhendo o pão.
De cada dia.

Numa terra imensa
que é redonda,
Um terço em terra,
o resto em mar.
Que anda perdida
no universo,
Azul bolhinha de sabão,
Com clareiras, cheias de cores...


Mafra, 8 de Agosto de 2014
6h19m
Joaquim Luís Mendes Gomes

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