a fascinação dos velhos...
para onde vá há velhos.
que foram novos,
há bem pouco tempo.
bem me lembo. sou um deles.
não uso bengala.
não sobram as minhas forças.
e os ossos me rangem ocultos.
não uso bengala.
minhas rugas são as fendas
por onde se esgotou
a juventude.
uso óculos de ver ao perto.
e oiço bem.
no resto, sou igual a eles.
meus olhos brilham
de tanto encanto.
reparo em tudo
que os novos não vêm.
crianças sorriem.
parecem estrelas.
as flores silvestres
me falam de si.
subo escadas,
a algum custo
e dou a mão
a quem me pede ajuda.
e conto histórias
aos meus netinhos.
em troca de beijos.
me calam fundo.
me estendo na cama,
ao cair da noite.
rezo pelas alminhas
do purgatório.
sonho com anjos.
como uma criança.
ao raiar da aurora,
desperto para a vida.
enquanto as forças
não disserem não.
bendita a sorte
de chegar a velho.
sou tão sábio
como nunca fui.
roda da vida
que nunca mais pára.
graças a Deus!...
Mafra, 7 de Agosto de 2014
20h23m
Joaquim Luís Mendes Gomes
para onde vá há velhos.
que foram novos,
há bem pouco tempo.
bem me lembo. sou um deles.
não uso bengala.
não sobram as minhas forças.
e os ossos me rangem ocultos.
não uso bengala.
minhas rugas são as fendas
por onde se esgotou
a juventude.
uso óculos de ver ao perto.
e oiço bem.
no resto, sou igual a eles.
meus olhos brilham
de tanto encanto.
reparo em tudo
que os novos não vêm.
crianças sorriem.
parecem estrelas.
as flores silvestres
me falam de si.
subo escadas,
a algum custo
e dou a mão
a quem me pede ajuda.
e conto histórias
aos meus netinhos.
em troca de beijos.
me calam fundo.
me estendo na cama,
ao cair da noite.
rezo pelas alminhas
do purgatório.
sonho com anjos.
como uma criança.
ao raiar da aurora,
desperto para a vida.
enquanto as forças
não disserem não.
bendita a sorte
de chegar a velho.
sou tão sábio
como nunca fui.
roda da vida
que nunca mais pára.
graças a Deus!...
Mafra, 7 de Agosto de 2014
20h23m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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