segunda-feira, 11 de agosto de 2014

velas rasgadas...

velas rasgadas...


Trago dentro de mim
Um deserto de areia queimada.
Ardendo de raiva,
Moída na tineira do sol.

Me atiro as feras
E as mordo assanhado,
Com vontade mortal.

Ponho em mim todas as forças da terra
Que brotam cá dentro.

Dá-me vontade de quebrar tudo
E fugir para o egipto.


Onde nem as pirâmides morreram,
Regadas de sol.

Pareço um fantasma esquecido,
Parado no tempo.

Minhas velas rasgaram,
Caíram ao mar.

Nada mais espero deste mundo finito.
Inundado de mal.

Me atiro para as nuvens.
Me transportem ao céu...

ouvindo Rachmaninov, concerto nº 3

"setemomentos", Mafra, 11 de Agosto de 2014

10h6m
Joaquim Luis Mendes Gomes
 



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