sexta-feira, 15 de agosto de 2014

minhas alegias...

minhas alegrias...

São muitas.
Arremessei ao mar minhas tristezas.
Fiquei leve.
Pesavam em mim.
Pareciam chumbo.

andava de olhar soturno,
preso ao chão.

como um devedor
que não consegue pagar
as suas dívidas.

Fui ao meu passado.
corri todos os meus caminhos,
onde, uma vez ao menos,
eu fui feliz.

desde meus tempos de menino,
até às horas soltas da brincadeira,
no regresso da minha escola.

Quando ia aos ninhos
ou saltava o muro das quintas fidalgas,
onde a fruta era de graça
e era divina.

Aqueles banhos à pai adão,
nas enseadas largas
do nosso rio.

Das guerras à pedra,
onde vencia só
o mais ladino.

Das noras da rega,
que nós enchíamos
e nos levava em voo,
por umas horas.

E as escaladas às arvores mais altas,
tudo a pulso,
até ao cimo.

E das corridas a pé,
a toda a brida...
onde quem ganhava
era um herói.

E, por aí fora,
foram tantas minhas alegrias,
me sobram saudades
do tempo delas...

Mafra, 15 de Agosto de 2014
22h3m
Joaquim Luís Mendes Gomes

Sem comentários: