sexta-feira, 5 de abril de 2013


Crinas ao vento…

 

Em alvoroço,

Saltei para sela em couro,

Do meu cavalo branco

E pus-me a correr, desalmadamente,

Pelas encostas da serra…

Vou a fugir …saltar as fronteiras…

Para os confins do mundo…

Já não se aguenta mais

Esta calamidade tão triste

Que, em tornado,

Se abateu na minha terra natal…

 

Arrisquei, por respeito à Pátria,

Minha vida mortal,

Na flor da juventude…

Trabalhei uma vida inteira, honradamente,

Subi a pulso, as escadas públicas,

Bem calibradas, para toda a gente…

Condição absoluta

Para se subir na vida

E ser alguém.

Criei quatro filhos  completos,

De que me orgulho…

E que orgulham a minha terra…

 

De repente, uma horda de bandoleiros,

Uma arraia miúda,

Na balbúrdia da madrugada,

Saltou as ameias supremas do poder…

E só fez desgraças…

Reduziu a pó todos os sonhos

Das gerações que sonham…

 

E lançou ao mar

Todos os tesouros de oiro

Duma secular herança

Que o País ganhou…

 

Ouvindo “ cavalgada das valquírias” de Wagner

 

Mafra, 5 de Abril de 2013

8h27m

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

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