O ninho das
cegonhas…
Chegaram de
longe,
Do Adriático, em
bandos.
Planando no alto,
Incessantes,
De dia e de
noite.
Por sobre os Alpes
e os Pirinéus.
Os Montes Cantábricos.
Desceram sobre a Galiza
E eis que, ao pôr
do sol,
Arribaram, por
fim,
À Ria de Aveiro.
Deram uma volta
geral,
Para saciar as
saudades.
Saudar os
parentes.
Que não tinham
voltado.
Depois, foi a
escolha
Onde ficar a
viver.
No campanário de
Angeja,
Ainda havia um
lugar.
Frente ao rio Vouga,
Voltado para o
mar.
- É aqui que
ficamos, combinou o casal-
Ainda em viagem
de núpcias.
No cocuruto da
torre,
Nem uma só palha.
Tudo por fazer.
A noite passou-se
em descanso total.
Pela manhãzinha,
Depois do
primeiro mergulho de caça,
Com êxito,
Começou a faina
do ninho.
Pelas margens da
ria,
Abundam paradas,
Carradas de
lenha,
Que o inverno
serrou.
Foi só carregar.
Um pau, cada vez…
Em roda
incessante.
Primeiro a base.
Ampla e bem firme,
Em sítio
abrigado.
E, pedra por
pedra,
As mestras
obreiras,
Sem escola
arquitectas,
Ergueram em forma,
Seu palácio real.
Com as medidas precisas
Para as crias
vindouras
Que sonharam
criar…
Só depois, o
descanso.
As lides
caseiras. Diárias.
Como manda o
programa
Que seu destino
traçou.
Largos voos
alados,
De caça e de
pesca,
De recreio e de
festa,
Em cada natal.
Os primeiros
ensaios de voo
Na hora da
escola,
Para cada filho
que vem,
Como ensinaram os
pais.
Só depois de
criados,
Chegará a hora de
outro regresso,
Aos mares
adriáticos,
Com parentes à
espera…
Ovar, 11 de Abril
de 2013
15h22m
Joaquim Luís M.
Mendes Gomes
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