quarta-feira, 10 de abril de 2013


O

 

Nasci rico, de família pobre.

Minha terra era pobre

Mas tinha uma alma nobre.

De farto e rico,

Meu país fidalgo e nobre,

Num instante,

Passou a mendigo.

 

Mas, sou feliz,

Apesar de tudo.

Tenho em mim a luz

Que me faz ver ,

Sem falsas miragens

O valor da vida,

Em cada paragem.

A vida é um rio,

De águas correntes.

Vem lá do alto,

Sempre a descer.

Seu leito ora é manso e doce,

Ora bravo e duro

Como fragas de pedra.

Faz cataratas,

Dá cambalhotas.

Faz zigue-zagues,

Tudo ultrapassa.

Com a força interior.

Sossega em lezírias.

Prega partidas

E sofre reveses,

Troca sorrisos,

Com os vizinhos que passam.

Tem horas alegres,

Areias de praia,

Com picnics,

Passa tormentas

E arrasta moinhos

Que fazem o pão.

Corre cansado…

Mas corre feliz…

Sabe que, um dia,

Nem onde, nem quando,

Ele  há-de chegar…

 

Ouvindo André Rieu

 

Ovar, 11 de abril de 2013

6h38m

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

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