terça-feira, 9 de abril de 2013


Toadas de sonho…

 

Não me alimento só de pão e de vinho,

Que a terra dá,

Mas dum vento alto

Que sopra e me refresca

A cratera imensa que me devora.

 

Vem dum universo longínquo

Como rio  oculto e subterrâneo,

Que se desdobra em raminhos capilares.

Numa teia de desejos impossíveis.

 

Numa fumarola intensa

Que nubla a limpidez do meu querer.

Que me queima a verdura dos sonhos lindos

Que teimam em reverdecer,

Cada manhã em que desperto.

 

Quero trocar de vestes.

Trepar para outro palco,

Onde minha voz seja límpida e mais sonora,  

O meu canto soe longe

Como um pranto benfazejo.

Quero espalhar outro alimento,

Certo e genuino,

Que alimente,

Como onda ou nuvem permanente

E não turve ou se dissipe.

 

Ouvindo Richard Claidermann

 

Ovar, 9 de Abril de 2013

8h47m

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

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