Pela Ria de Ovar
Saíu-me barata
Uma passeata breve,
À beira da Ria.
Saí de Ovar, rumo à Torreira.
Só eu, meu carro e o céu.
Meu peito vazio encheu
De brisa fresquinha,
Cheirava a marisco,
Com laivos de sol.
Muitas estrelinhas
Sorriam na face das águas.
Havia barquinhos,
Como brinquedos,
Faluas à vela
E havia gamelas com pescado à venda,
Na beira da estrada.
Havia corridas a sério,
Com camisolas garridas,
Pedalando arfantes.
Havia passadas de gente feliz,
Em cortejos de vida, nas bermas,
Caminheiros sadios
Que saboreiam a vida
E não querem morrer.
Pescadores solitários,
De cana na mão.
Atentos ao isco.
Puxar e guardar…
Transpus a Varela, elegante.
Num instante,
Mergulhei num mundo diferente,
Pleno de paz.
Com vacas leiteiras,
Pastando, serenas,
Odres de leite,
Luzindo ao sol.
Até as varinas gaiteiras,
De cesto à cabeça,
Sorriam caladas,
Exalando tão fresca alegria!...
Regressei saciado…
Do passeio que dei.
Ouvindo Eduard Grieg
em Concerto para piano
Ovar, 8 de Abril de 2013
17h46m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
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