Vivendo o passado…
Talvez um dia eu
esqueça.
Hoje é que não.
Era janeiro em
forma.
Fazia frio e
vento. Por vezes, neve.
Vim de comboio.
Em primeira classe.
Já era um
senhor!...
Desde Caíde d’El
Rey.
Próximo do Douro.
Rumo a Tomar.
Cidade, para mim,
ignota.
Só do mapa e de
ouvir falar.
O Rio Nabão,
Afluente do
Zêzere,
Afluente do Tejo,
A banha e lhe
banha os pés.
Tem um Convento
de Cristo, lá em cima
Que um dia fui
ver.
Ó maravilha!
Um poema de
fausto,
Em pedras
lavradas.
Pouca gente o
conhece
Como bem merecia.
Aqui vim dar em janeiro.
Ao quartel
general.
Um aspirante
oficial.
Saído de Mafra.
De pouca dura, o
sol.
Foram só duas
semanas.
Por sorte ou
destino
Arranquei para o
Funchal…
Outro
deslumbramento.
Ia dar que falar.
Aí fiquei noivo,
Num abrir e
fechar.
Cinco dezenas de
anos volvidos,
Voltei a Tomar.
Minha mulher
E filho mais
velho.
Pus-me a sonhar…
E não esqueço.
Tomar, 25 de
Abril de 2013
20h 56m
Joaquim Luís M.
Mendes Gomes
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