Tem paciência comigo!...
Venho de longe,
Pisando a terra,
Com todo respeito.
Sorvendo do vento a força
Como um moinho no tempo,
No cimo do monte.
Escondia em mim,
Sem eu dar conta,
Numa caixa oculta,
Um tesouro de ouro e da prata mais fina.
Sofri temporais.
Chuvas de angústia.
Meus ossos rugiram de frio.
Tive a sede maldita, ao sol,
No meio da guerra.
Trepei caracol,
À árvore da luz,
Enchi meu baú
Com cristais do saber
E pepitas de belo.
Cantei, chorei,
Dei asas ao sonho.
Perdi-me sozinho,
Em caminhos cruzados.
Quase perdido.
Brilhava no céu uma estrela constante,
Que me enchia de luz.
Me ensinava o caminho.
Por isso, aqui estou,
Cantando, orando,
Umas vezes, rindo e sorrindo,
Outras, zangado e espumando,
Com o que sinto e vejo à volta…
E, sem o querer,
Fazendo sofrer…e chorar
Quem vai a meu lado…
Bem no fundo, sou como tu,
Que, com tanta paciência,
Me estás a ouvir…
Ouvindo André Rieu,
Mafra, 28 de Abril de 2013
9h09m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
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