domingo, 28 de abril de 2013


Tem paciência comigo!...

 

Venho de longe,

Pisando a terra,

Com todo respeito.

Sorvendo do vento a força

Como um moinho no tempo,

No cimo do monte.

 

Escondia em mim,

Sem eu dar conta,

Numa caixa oculta,

Um tesouro de ouro e da prata mais fina.

 

Sofri temporais.

Chuvas de angústia.

Meus ossos rugiram de frio.

Tive a sede maldita, ao sol,

No meio da guerra.

Trepei caracol,

À árvore da luz,

Enchi meu baú

Com cristais do saber

E pepitas de belo.

 

Cantei, chorei,

Dei asas ao sonho.

 Perdi-me sozinho,  

Em caminhos cruzados.

Quase perdido.

Brilhava no céu uma estrela constante,

Que me enchia de luz.

Me ensinava o caminho.

 

Por isso, aqui estou,

Cantando, orando,

Umas vezes, rindo e sorrindo,

Outras, zangado e espumando,

Com o que sinto e vejo à volta…

E, sem o querer,  

Fazendo sofrer…e chorar

Quem vai a meu lado…

 

Bem no fundo, sou como tu,

Que, com tanta paciência,

Me estás a ouvir…

 

Ouvindo André Rieu,

 

Mafra, 28 de Abril de 2013

9h09m

Joaquim Luís M. Mendes Gomes

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