Loucura de vento
Se eu fosse vento,
Iria rentinho sobre a ria,
Correndo louco,
Às cabriolas,
Até lá ao fundo,
Sem molhar os pés.
Faria negaças aos peixes todos,
Em desafio.
Atirava ao fundo
As velas dos barcos
E ponha-me a rir,
Lá bem de cima.
Chapinhava no areal,
Feito traquina.
Subia ao céu
E ficava a ver
As barracas da praia,
Desfeitas pelo chão
Com os turistas dentro,
De corpo ao léu.
Nem asas tenho
E não sei voar.
Para meu castigo,
Tenho de ficar aqui
Mui bem quietinho,
A olhar p´rà ria,
Sem que ela me veja.
Cumprindo a pena
Da minha inveja
De vento louco…
Bar da Ria na Torreira, 19 de Abril de 2013
19h05m
Joaquim Luís M. Mendes Gomes
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