De Porto Covo a Sines...
Saímos os três,
Minha mulher,
Meu filho e eu,
De PortoCovo
Até Sines.
Pela noite escura.
Por uma estrada negra e sinuosa,
A borda-do-mar.
Dum lado,
O ermo preto, medonho
E solitário.
Do outro o mar,
De águas caladas,
Espelhando a lua,
Muito profundo,
Muito calado.
Ao longe, um fio de luzes,
Em gargantilha d’oiro,
A reluzir.
Anunciava Sines.
No carro, cantava a voz,
Rouca, de Brendan Perry.
Em lengas-lengas de som,
Em lengas-lengas de som,
Clamando ordem
Para este mundo
Perdido em desordem.
Eis senão quando,
Um archote em chama,
Como alta torre,
Virado ao céu
Sempre a arder,
Raivosamente,
Um fim do mundo...
Depois, entramos num mundo
Totalmente irreal!...
A refinaria!...
Como um grandioso barco,
A arder em luzes,
À deriva, no alto mar.
Torres ao alto,
Foguetões de luz.
Alamedas de fogo,
Pareciam arder,
Na escuridão do céu.
Grandes boiões de gás,
Espalhados pelo chão.
Reservatórios parados,
Pareciam pirâmides.
Num deserto, sem luz.
Que visão astral...
Extra-terrestre...
De estarrecer!
Uma aventura inimaginável
Que vale a pena.
Porto Covo, 26 de Outubro de 2013
22h55m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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