Girândolas de som...
Irrompem
luminosas,
Céu acima,
Com a vertigem
alucinante
De quem se
liberta
Do peso inerte desta
terra,
As primeiras
notas secas
Do piano em brasa
Que eu não domino.
Sigo atrás.
Sobre o seu rasto
em chama,
Divisando ao
longe,
A infinitude
luminosa
Dum universo
oculto
Que se escancara ardente.
Sinto frémitos em
mim,
Em estertor de
parto.
Chovem raios
exasperados,
Por todos os
lados,
Em labaredas.
Retinem toques
agudos
De multidões
aflitas
Em naufrágio
iminente.
Há pedidos
lancinantes de socorro,
D’almas perdidas.
Confuso,
Quase em desvario
extremo,
Já não sei se
estou na terra
Ou se passei para
além...
E, num misto,
Indefinível,
De gozo e dor,
Quase anseio
regressar depressa
À pacatez da
terra.
Ouvindo Rachmaninov,
em concerto º 3
Mafra, 11 de Outubro
de 2013
7h2m
Joaquim Luís
Mendes Gomes
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