sábado, 12 de outubro de 2013

gosto de mim...sou como sou...

Sou como sou...

É dramático quando não se gosta de nós mesmos...
Porque nascemos pobres.
Somos baixos.
Não somos bonitos.
Não temos os dons dos nossos vizinhos.
A vida parece sorrir-lhes...

E nós, é tudo a ferros.
Fazem chacota de mim.
E eu me angustio e sofro.
E reajo.
Sou agressivo
Ou fico triste.

Me isolo.
Me deprimo
E desinteresso de tudo.

Apesar do sol que, cada dia,
Nasce para me alumiar
E me fazer viver.

Para trás, só vejo insucessos...
E agora,
Só vejo as minhas coisas más.
Até as boas me apoquentam.
Quero morrer...
Para tudo acabar.

Chego a invejar
A sorte dos animais:
Nascem,
São como são
Só querem viver,
Sem cobiçar ninguém
Sem medo da morte...

Hoje,
Ccomo que uma luz misteriosa,
Nascida donde?...
Se me abriu,
Despertou em mim,
E me fez ver,
Como estou enganado.


Abri os olhos...
Vejo claro.
Tudo o que sou e tenho de bom.
Infinitamente mais que aquele mal...
Que, afinal, nem assim era
Ou é.

Tudo se passou nesta cabeça d’alho.
Se tivesse visto
Que, realmente,
Não há ninguém perfeito
E todos temos
Muito mais de bom que mau.

O que importa
É gostarmos de nós,
Tal como somos.

Todos temos nossos talentos
Que nos fazem seres únicos.
Todos diferentes,
No fundo iguais.

E todos sabemos:
Há mais em nós
Que a vida e a morte...

Ouvindo André Rieu

Mafra, 12 de outubro de 2013
8h30m
Joaquim Luís Mendes Gomes


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