quarta-feira, 23 de outubro de 2013

o meu jardim...

O meu jardim...

Estou para sair.
Não sei
Quando voltarei.

Fui dizer adeus às flores do meu jardim.
As minhas amigas...
Nada me pedem...

Só me dão carinho
Pelas gotas de água
Que lhe dou nos pés.

Primeiro as rosas.
Não sei porquê.
Talvez porque
Uma Rosa linda
Foi minha bisavó.

São as minhas estrelas.
Com tantas cores,
Brilhando ao sol.
Me dão o céu,
Sempre a brilhar.

E as margaridas,
Logo a seguir.
Tão serenas.
Tanta doçura,
Com tanto encanto,
Como eu recebia
Nos abraços ternos
Da minha avó.

Depois os jacintos.
Cachos acesos,
Brancos, rubros,
De azul celeste.
Muito hirtos,
São tão altivos.
Braços erguidos,
Me pedindo bênçãos
Ao Criador...

Talvez, cumprindo
A vontade do meu bisavô.

E as dálias puras,
De vestidos largos,
Com tanta roda.
Como se fossem aves.
Parecem moinhos abertos
À espera do vento.

E as jardineiras,
Envergonhadas,
Tão sorrateiras,
Beijando o chão.

Digo-lhes adeus
E elas me respondem,
Quase adivinham...
Ficam tristonhas,
Parecem chorar.
Me cobrem de vénias...
Como se eu fosse deus.

Mafra, 22 de Outubro de 2013
19h49m
Joaquim Luís Mendes Gomes




Sem comentários: