Em delírio, ao pé do mar...
Estonteado com a angústia atroz
Que se vive por todo mundo,
Fui cansado,
Sentar-me procurando
A paz ao pé do mar.
Não demorou nada...
Como por encanto,
Senti-me a voar nas asas do sonho.
Tudo era imenso e belo.
O azul do céu infinito,
Se espelhando no mar,
Penteando suas ondas,
Com espuma de vento.
E aroma de iodo,
Como se, em dia de festa,
Majestosamente engalanado.
Não sei dizer,
Se dormindo,
Ou sonhando,
Acordado,
Como em êxtase,
Vi exposta e suspensa,
À minha frente,
Como um milagre,
Em transcendente assembleia,
De lés-a-lés,
A multidão imensa
De toda a humanidade,
Que povoou a terra,
Desde o começo...
Tantas cores,
Tantos matizes,
Em miríades infinitas,
Como de estrelas,
Naqueles rostos tão diferentes
E tão iguais,
Espelhando
A mesma alma etérea
Que hoje temos.
Surpreendentemente,
Não expressavam dor
Nem sofrimento,
Como nos reza a história,
Antes o júbilo excelso...em chama,
De quem, em delírio,
Espera Alguém...
Só podia ser o Criador
Que estava para vir,
Naquele momento e hora.
Ouvindo André Rieu
Mafra, 23 de Outubro de 2013
7h33m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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