sábado, 5 de outubro de 2013

meu rio e eu...

Meu rio e eu...

Bem no fundo de mim
Corre um rio caudaloso.
Nele me banho,
Ele me baha
E com ele vivo
Em cada hora,
Faz parte de mim,
E não dou conta.

Vem não sei donde
Não lhe conheço o começo.

Nele se banharam meus pais
E os que os antecederam,
Num caudal sem fim.
Nascidos da mesma bica.
A mesma água.
O mesmo sangue.
Que em mim corre.

Atravessou os tempos.
Tomando as cores,
Ora negras,
Ora barrentas,
Das suas margens
E do leito que foi banhando.

Carrega em si muito de bom
E também do mal
Que não sedimentou
Nem ficou para trás.

Umas vezes, favorável...
Outras não.
Se revolve dentro,

Como o vento faz.
Tudo eu filtro,   
E enriqueço,
Como sou capaz... 

É este rio mescla,
De bom e mau,
Que, um dia,
Eu vou deixar...
Ele e eu.
Uma unidade.

 Oh,  mistério!...

Como nós,
Nunca houve
Nem haverá igual.
Meu rio e eu...

Mafra, 4 de Outubro de 2013
21h34m
Joaquim Luís Mendes Gomes




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