Rescaldos ocultos...
Fugia de mim...
A quem eu mais
estimo...
Como o diabo,
Dizem,
Foge da cruz.
Carregava fantasmas,
Negros e
incomodativos,
Vinham lá de
longe,
E me
oprimiam.
Se aproveitaram
Da minha infância
e juventude.
Tenras.
Fizeram arraial
de tendas
Como ciganos vis.
Nada respeitaram.
Sanguessugas.
Tudo avassalaram.
O entusiasmo secou,
Com tantas
garras.
Tantas nuvens de
fumo
Me toldaram o
céu.
Procurava o sol
E só via negrume.
Queria voar
E não conseguia
Com tanto peso,
Nas minhas asas.
Tanto empecilho...basso.
Tanto
preconceito, estéril.
Derramado em mim,
Quando eu
crescia.
Tanta crença
falsa.
E receios vãos.
Tanta mentira,
Como ervas daninha,
Me sugaram a
vida...
Abutres famintos,
Com asas de
anjos.
Foi preciso um
ciclone de força.
Um fim do mundo,
Para me desamarrar
E voltar a ser
Quem sou,
Por graça divina.
Agora, eu voo...
Mafra, 8 de
outubro de 2013
15h21m
Joaquim Luís
Mendes Gomes
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