quinta-feira, 3 de outubro de 2013

da minha janela...

Tapada de Mafra

Pálidos raios de sol cadente
 Sobre esta mata virgem,
Onde, à solta,
Deambulam e mastigam palha seca
Tantos cavalos belos, de fino corte.

Corro o mundo.
Vou e volto.
Em estranho frenesi.
Em correria louca.
Em correria louca.
Procurando o quê?...

De vez em quando,
Com saudades,
Me lembro deles.

Tanta coisa estranha
Vivo e me passa à frente.
Tanta sorte de poder voltar!...

Abro a janela
E eles ali estão...
Iguais. Muito serenos.
Mansos, em profunda calma.
Saboreando viver
E desprezar a morte.

Que linda lição me dão!...

Ouvindo Hélene Grimaud em Moonlight de Beethoven
Mafra, 3 de Outubro de 2013
18h26m

Joaquim Luís Mendes Gomes

1 comentário:

SOL da Esteva disse...

A Tapada que tão boas e duras recordações trazem!...
Os Cavalos que tanta serenidade me deram, talvez porque eram tratados como gente, enquanto os homens se transformavam em armas endurecidas.
O ar puro que lá respirava...
Acho que, no meio da Guerra, as minhas raízes de Paz se tenham aprofundado ali.
Um Poema de nostalgia.

Abraços

SOL