segunda-feira, 14 de abril de 2014

barco de remos...

Barco de remos...

Não sou barco de remos
Que se deixe guiar.

Seguro no leme.
Ergo as velas.
Pesco e derivo.
Lanço amarras,
Onde eu quiser.

A pesca,
Pouca ou muita,
É só minha.
Levo-a para casa.
Vendo ou ofereço.
Conforme me apraz.

À mesa, em família,
Acendo a lareira.

Na brasa ou cozido.
Encho a mesa.
Toalha lavada.

Com a fartura das sobras.
Dá e sobeja...

Ó que regalo!

Boroa às fatias.
Ou regueifa da feira.
Vinho da pipa.
Fruta da horta.
Um bolo caseiro,
Ao jeito da Mãe...
Com alegria e saúde.

Toda a gente a comer...

À conta do barco,
Sempre pronto a partir.
Mas quando eu quiser...
E Deus me deixar.

Ouvindo Hélène Grimaud

Mafra, 14 de Abril de 2014
8h12m
Joaquim Luís Mendes Gomes



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