quinta-feira, 3 de abril de 2014

erros meus...

Erros meus...

Abro a janela.
Aqui em Mafra.
Vou errar...
Perdidamente,
Nas asas do vento.

Como folhinha seca.
Por essas terras verdes,
À volta de Mafra.

Sobre o magno Convento.
Ao pé das torres,
Ouvindo os sinos.
Que lá estão escondidos.

Sobre a Tapada imensa.
Que já foi real.
Vendo os cavalos mansos.
Crinas voando.

Javalis e gamos,
Espreitando afoitos.

Velejando moinhos,
Nuas colinas,
De velas paradas.
Parecem dormindo,
Contando as horas,
Desgastando seu tempo.

Vou até ao mar,
Saborear as ondas,
Que chegam sem conta.
Vêm de longe,
Chegam cansadas.
Se deitam nas praias.

Sobre as encostas redondas,
Espraiadas ao sol.
Cobertas de verde,
Gerando o vinho,
Que há-de nascer.

Vou subir mais alto,
Para lá das nuvens.
Vou divisar Sintra,
Envolta de cinza,
Com seu castelo mouro.
Palácio da Pena,
Pintado de rosa,
Que foi dum louco
Que ardeu de amor.

Só voltarei para casa,
Lá para o cair da tarde,
Vou ficar à espera
Do sol a arder
Morrendo,
Para além do mar.

Mafra, 3 de Abril de 2014
14h38m
Joaquim Luís Mendes Gomes



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