Sete momentos...
Me deslumbram as
estrelas do céu,
Numa noite
luarenta do mês de Agosto.
Me emociona o olhar
triste
Dum rosto cansado
de esperar.
Como um sorriso
de quem passa.
Me consola ver
flores derramadas
Por essas
encostas fora,
Onde nunca entrou
a enxada nem o arado.
E aqueles painéis
De sol e chuva,
Pintados só
Com as tintas do
arco-íris.
Corro ligeiro
Ao lado das águas
do rio
Que fluem sem ninguém
a puxar por elas.
Oiço enfeitiçado
a chilreada alegre
Que brinca à
solta,
A mistura com o
relinchar dos cavalos,
Meus vizinhos da
frente.
E do tinir grave
e agudo ao despique
Que me chegam do convento
de Mafra.
Regresso a casa
Com minha alma
cheia
De aqui voltar
No dia seguinte.
Café-restaurante –
os sete momentos, em Mafra,
15 de Março de
2014
9h40m
Joaquim Luís Mendes
Gomes
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Manhã de Sábado.
Sem sol.
O céu está
coalhado de leite e cal.
Correm lentas estas horas mortas.
Há conversas
confusas por essas mesas
E chilreada
alegre de crianças.
Oiço o secador
das mãos
Na casa de banho,
Em vez do silêncio
albo
Das toalhas
lavadas.
Tilintam chávenas
brancas
Atrás do balcão,
Nas mãos mexidas
Dos empregados.
Já cá não estão
Os velhos donos
Que nos enchiam
de sorrisos,
À chegada e à
partida.
Alugaram a casa
Mas tudo continua
na mesma.
Mafra, 19 de
Abril de 2014
10h35m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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