Pé ante pé...
Muito lentamente,
Sorrateiro,
Quase em surdina,
O tempo flui.
Não passa pela gente.
Leva-nos à frente
E abre o caminho.
Primeiro, lento,
Parecia parado.
Queríamos chegar...
Queríamos crescer
E ele, teimoso,
Só ele sabia.
(E tinha razão...)
Se prendia ao chão...
Só queria brincar.
Até fazia doer.
Apareceram as primeiras encostas,
Difíceis, rugosas,
Para trepar,
E ele, solícito,
Até ajudava,
Umas vezes, puxando,
Dando a mão,
Outras, atiçando a vida,
Com fogo e com cor
Para fruir e viver...
Até que a planície chegou.
Fez-se um mar largo.
Cheio de ondas.
Para vencer.
Repleto de barcos,
De muitos tamanhos,
Navegando ao pé,
Sortes diferentes
E rumos diversos.
Difícil escolher.
E o tempo, planando,
No céu,
Como nuvem parada,
Quase indiferente,
Umas vezes luzente,
Outras sombria,
Assistindo à luta,
Fortes e fracos,
Corrida agitada,
Aos sobressaltos
Com ganhos e perdas,
Fugindo, iludindo
A certeza da morte
Que o tempo escondia...
Ouvindo Hélène Grimaud, tocando Bach, a partir do youtube
Mafra, 9 de Abril de 2014
7h44m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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