“Sete momentos...”
Através das
portas envidraçadas,
Sob toldos largos
de veraneio,
Vejo um céu
cinzento e albo,
Em constante
transformação.
Um painel de
linhas
Descreve monstros.
Desenhas mares,
Mapas dum mundo,
Com muitos
gigantes,
Clarões a arder...
Imensa fornalha,
De poeira e pó,
Em labaredas,
Sempre a botar,
Poisa na terra,
Nasce no mar.
Pela estrada aos
soluços,
Corre um cortejo,
Cheio de carros.
Andam na faina
constante,
Do traz e leva.
Só alguns aqui
páram.
Tomam café
Lambem os dedos,
Mesmo ao balcão.
E seguem viagem.
Enquanto acostado,
A este teclado,
Manejo as letras,
Pinto quadros,
Grafias secretas,
Que brotam dos
olhos,
Sem tinta ou
tinteiro,
Enchem paletas,
Traçam nervuras
Folhas de couve
Ou palmas da mão.
Mafra, 21 de
Abril de 2014
11h38m
Joaquim Luís
Mendes Gomes
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