sábado, 8 de junho de 2013


A minha rua

 

Não tem candeeiros

A minha rua.

A noite é negra.

Só tem morcegos.

Com nevoeiro,

Nem sequer luar.

Ao raiar da aurora,

Abro as janelas,

O arvoredo é mar,

Sou pescador,

O sol é rei.

 

Meu pensamento livre,

Um barco à vela,

Navegando ao vento,

Galgando as ondas,

Lançando as redes,

Sem querer pescar.

 

Não tenho riquezas,

Não sou pedinte.

Vivo de esmolas

Da natureza,

Só sinto fome

De saber amar.

Semeio preces,

Ensaio loas,

Escrevo versos,

O mais que posso,

Enquanto for dia,

Na minha rua,

Para não chorar.

 

Ovar, 8 de Junho de 2013

14h30m

Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes

 

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