domingo, 9 de junho de 2013

Ao entardecer...
Aqui vou e ando,
Em voo planado,
Ao sabor do vento
E das horas,
Vagueando à vista,
Sobre a terra,
Ao fundo,
Serena e viva,
Com os seus traços,
Finos e arabescos,
Como um mapa de escola.
Entre montes,
Tão suaves,
Ora rondos,
Alcantilados.
Sobre mantas extensas
De campos verdes.
Sombreados, rutilantes.
Os regatos, suas veias,
Em meandros.
Serpenteiam, mansos,
Cobras de água.
Cocurutos agudos,
Aqui e além,
Com suas cruzes,
Apontando ao alto,
Projectados,
São marcas divinas.
Os telhados rubros,
Disseminados, tão iguais,
Parecem capas de livros,
Cheios de folhas.
Semi-abertos,
Sobre o chão
E os quintais.
Cada um, com a sua história...
Suas alegrias e os seus dramas.
Ladainhas.
Que só Deus,
Sempre presente,
Como um do seus,
Conhece tão bem...
E as lê,
Linha a linha...
Ainda agora,
O vi espreitando,
À janela da minha casa,
Lá em baixo,
Que Ele guarda
E onde mora...
Ovar, 10 de Junho de 2013
7h29m
Joaquim Luís Monteiro Mendes Gomes

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